quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O ser humano possui livre-arbítrio?



Livre-arbítrio, ou capacidade humana. Ensina que o homem, embora debilitado pela queda, não era totalmente incapaz de escolher o bem espiritual, e podia exercer fé em Deus de forma a receber o evangelho e assim tomar posse da salvação para si mesmo.


Em primeiro lugar há uma diferença entre ação humana e livre arbítrio. A ação humana é uma característica da humanidade como tal, ou seja, o homem tem escolhas pessoais, mas que não tem influência no plano de Deus, não se pode confundir, manifestações da nossa natureza com uma vontade sem ter envolvimento externo divino. O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor (Pv. 16.1).

Pode-se afirmar que a responsabilidade humana para raciocinar e agir não contradiz a soberania Deus, esse é um assunto muito importante e também difícil de compreensão, será tratado com mais de profundida em outras postagens, o objetivo no momento é tentar mostrar se a ação humana é a mesma coisa que livre-arbítrio.

“Em Romanos 1.18, Paulo ensina que todos os homens, sem qualquer exceção, merecem ser castigados por Deus. “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça.” Se todos os homens possuem “livre-arbítrio”, ao mesmo tempo em que todos, sem qualquer exceção, estão debaixo da ira de Deus segue-se daí que o “livre-arbítrio” os está conduzindo a uma única direção — da “impiedade e da iniqüidade”. Portanto, em que o poder do “livre-arbítrio” os está ajudando a fazer o que é certo? Se existe realmente o “livre-arbítrio”, ele não parece ser capaz de ajudar os homens a atingirem a salvação, porquanto os deixa sob a ira de Deus”.

Após o pecado original os seres humanos se tornaram corruptos por causa dos nossos pais Adão e Eva, sendo assim, todas nossas decisões são tomadas conforme os nossos corações. A bíblia afirma que o coração do homem é corrupto e as nossas ações têm inclinações para o mal. A inclinação para o bem só existirá quando tivermos o corpo glorificado, só assim teremos um coração incorruptível.

“(...) Foi pelo mau uso do seu livre-arbítrio que o homem o destruiu e a si mesmo também.”

Antes do pecado o homem tinha atitudes livres, boas e justas, ele tinha a capacidade para pecar ou não, ou seja, ele tinha a capacidade para pecar, mas não a incapacidade para não pecar, pois ele não era imutável como Deus, sendo assim ele era oscilante e propenso ao erro.

O homem é livre para fazer muitas coisas “no mundo”, declara Martinho Lutero, dizendo: “Essas escolhas incluem comer ou jejuar, escolher café em vez de chá para a refeição matinal, ou fazer um curso sobre a história francesa em vez de sobre história da Rússia. Contudo, quando entramos na esfera das coisas espirituais, somos muito mais limitados, não possuindo capacidade espiritual para nem mesmo entender o que Deus quer muito menos o poder para fazer isso.”

É bastante claro quais são as escolhas que os seres humanos fazem, todas as escolhas são conseqüências da nossa natureza, podemos sim fazer escolhas livres, mais não escolhas que comprometam a soberania de Deus, se as nossas vontades interferissem nos planos de Deus, seria Deus que teria que se adaptar as mudanças, sendo assim isso fere o atributo da imutabilidade de Deus. A Confissão de Fé de Westminster no capítulo 9 fala: “Deus dotou a vontade do homem daquela liberdade natural, que ele nem é forçado para o bem ou para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza”.

A vontade tem uma liberdade conforme sua natureza sendo assim ela não é forçada a agir, dentro desse plano natural, ou seja, dentro do plano humano, e se trata de uma vontade livre interna, sendo assim o seu caráter pessoal irá transparecer sua verdadeira natureza, não sendo influente no plano espiritual para tomar decisões onde Deus terá que mudar as circunstâncias por causa de uma vontade nossa como se pegássemos Deus de surpresa.

1.O homem é livre somente no sentido que é livre para expressar o caráter da pessoa.
2.Ela deve ser primeiro regenerado para que seja livre para obedecer a Deus.
3.Ela nunca é forçada a agir contra a sua própria natureza.

Como já foi discutido o homem somente é livre para expressar sua natureza, em segundo lugar ele só pode ser livre para obedecer a Deus quando é regenerado, pois antes desse ato que até Deus faz, ele está morto sem ação alguma e sem vontade para obedecer, pois possui uma natureza caída que a única vontade dele é agradar a seu pai o diabo somente quando Deus atropela esse suposto livre arbítrio e traz o homem a vida e que ele tem total liberdade para obedecer a seus mandamentos.

“O livre-arbítrio sem a graça de Deus não é livre de forma nenhuma, mas é prisioneiro permanente e escravo do mal, uma vez que não pode tornar-se em bem”.

Spurgeon no seu famoso sermão “Livre-Arbítrio, um escravo”, cita que quando Deus disse a Adão “No dia que dela comeres certamente morrerás” embora não tenha morrido fisicamente naquele momento, ele morreu legalmente, isso quer dizer que a morte foi decretada contra ele – tão logo, como num tribunal o juiz veste a capa preta e pronuncia a sentença – o homem é considerado morto pela lei.

Spurgeon nos mostra que somente a sentença foi decretada ainda falta sofrer o decreto, mas mesmo assim ele já está condenado pela lei, ou seja, morto para qualquer tipo de ação civil, eleitoral e tudo o que possa ser feito por um cidadão em legitima conduta. Spurgeon continua, É-lhe impossível fazer qualquer transação. Ele não pode herdar, e nem legar seus bens. Ele não é nada! Ele é um homem morto!

Muitos estão sem vida em Cristo, continuam de pé simplesmente por um adiantamento, pois todos que não tem vida em Cristo estão mortos, e sem estão mortos fora de Cristo o seu destino final é a perdição.

Spurgeon continua sua exposição dizendo “não podemos encontrar vida, a não ser que encontramos vida legal, na pessoa de Cristo. E não estamos somente legalmente mortos, mas também espiritualmente mortos, isso porque a sentença não somente foi lavrada no livro, mas também no coração, e entrou na consciência e operou na alma, no julgamento na imaginação!”


“Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” – não somente foi cumprido pela sentença decretada, mas por algo que aconteceu em Adão.

O homem perdeu sua vontade para sempre de fazer escolhas de tudo que é bom, por que o pecado original manchou a nossa consciência, coração e tudo que se pode escolher, quando a virtude, santidade e integridade se foram, o homem tornou-se morto, com esses pontos vitais destruídos o homem se tornou corrompido em si mesmo, e detestável para Deus. Paulo afirma que Ele nos vivificou quando ainda estávamos mortos em nossos delitos e pecados, pois não temos nem vontade nem poder, posto que Ele concede ambos – porquanto Ele é o alfa e o ômega na salvação do homem.

SEATON. W. J. Os cinco pontos do calvinismo. São Paulo: PES, p. 3
LUTERO, Martinho: Nascido Escravo. São Paulo: Fiel, 1992. p. 9.
SPROUL, R. C. Sola Gratia. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 45.
WRIGHT, R. K. McGregor. A Soberania banida: redenção para a cultura pós-moderna. São Paulo: Cultura Cristã, 1998. p. 53.
SPURGEON, C. H. Livre Arbítrio um Escravo. São Paulo: PES. p. 3.
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O mistério da eleição – John Stott



Muitos mistérios cercam a doutrina da eleição, e os teólogos não demonstram sabedoria ao sistematizá-la de forma que não exista mais nenhum enigma, perplexidade ou incompletude. Ao mesmo tempo, em adição aos argumentos desenvolvidos na exposição de Romanos 8.28-30, devemos lembrar-nos de duas verdades.

Primeiro, a eleição não é apenas uma doutrina paulina ou apostólica; ela também foi ensinada por Jesus, que disse: " '... conheço os que escolhi' " (Jo 13.18). Segundo, a eleição é um fundamento indispensável da adoração crista no tempo e na eternidade. Ela é a essência da adoração que se expressa desta forma: "Não a nós, SENHOR, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome..." (Si 115.1).

Se fôssemos responsáveis por nossa própria salvação, quer no todo, quer em parte, seríamos justificados ao cantar nossos próprios louvores e tocar nossa própria trombeta no céu. Mas tal coisa é inconcebível. O povo redimido de Deus passará a eternidade adorando ao Senhor, humilhando-se diante dele em atitude de agradecimento, atribuindo sua salvação a ele e ao Cordeiro, reconhecendo que apenas ele é digno de receber todo louvor, honra e glória. Por quê? Porque nossa salvação é inteiramente atribuída à sua graça, vontade, iniciativa, sabedoria e ao seu poder.


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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

DESABAFO DE UM PASTOR PRESBITERIANO SOBRE A INSTITUIÇÃO DE ENSINO MACKENZIE

ESTA É A FILOSOFIA NA PRÁTICA DO INSTITUTO PRESBITERIANO DE ENSINO MACKENZIE

DESABAFO DO PR JOSENI MAGALHÃES QUE TEVE SEU FILHO EXCLUIDO DO COLÉGIO MACKENZIE DE BRASILIA POR SER ESPECIAL

Esta semana (segunda-feira 22/08 ) fomos chamados pela direção do colégio Mackenzie em Brasília sobre a situação do nosso filho Arthur Alioni, que tem 08 anos de idade e é especial. Nesta reunião fomos informados que o Arthur não tinha os pré requisitos para continuar estudando no Mackenzie para o ano de 2012, porque ele não conseguiu atingir o nível das outras crianças. Fomos também informados que o sistema Mackenzie de ensino não tem uma filosofia educacional para a inclusão social, como afirmou uma das coordenadoras “não somos uma escola inclusiva”.
Fiquei profundamente indignado com tudo que ouvi e resolvi fazer da minha indignação um instrumento de protesto, tentando de alguma maneira sensibilizar aqueles que coordenam este sistema chamado Mackenzie.
Como uma instituição que nasceu sobre os postulados de Cristo, excluir uma criança porque ele não consegue acompanhar o sistema educacional existente? É a mesma coisa que exigir de uma criança que consegue levantar 10 kg obrigá-la a levantar 50 kg. E o que mais horrorizou o meu coração é que em todo este tempo esta instituição trabalhou para provar que o Arthur não conseguia acompanhar a excelência do ensino Mackenzie. Mesmo que a Professora Rose – anjo de Deus na vida do Arthur buscasse de todas as maneiras ajudá-lo. E este esforço da professora Rose é recompensado pelos avanços significativos na escrita e leitura do Arthur.
Como uma escola que nasceu sobre a experiência de homens e mulheres que foram acolhidos por Cristo, e que nasceu neste olhar de Deus sobre todos nós, agora tem uma filosofia divergente daquilo que ela hipocritamente confessa.
O que ficou claro pra mim nestes dois anos de contato com o Mackenzie, a filosofia do Mackenzie, na prática, está firmada em dois postulados:
1.Educação é excelência, e só os excelentes tem o investimento do instituto. Até porque jamais crianças especiais poderão promover o Mackenzie em feiras, esportes, tornando-se doutores ou qualquer que seja. A filosofia como eles pomposamente chamam “família mackenzista” é para os perfeitos. É uma seleção da raça, “a La Hitler”.
Será que eles não percebem que foi Deus quem criou “o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Êxodo 4.11”, será que eles não entendem que Jesus sendo Deus não o usurpou o ser igual a Deus, tornou-se figura humana e dando a sua própria vida por nós para que o Pai nos acolhesse Nele para sermos filhos, e que Deus não faz acepção de pessoas. E estávamos todos mortos em nossos delitos e pecados, incapacitados, mais o amor de Deus no capacitou em Cristo Jesus a sermos filhos de Deus. A família da fé é constituída por gente gerada no útero da cruz, no amor de Deus, e não na perfeição ou na capacidade de algum de nós.
2.Vejo também que o espírito de mamom tem feito brilhar os olhos deste sistema presbiteriano Mackenzie. O lucro é o que move. Claro, que para amar uma criança especial eles terão prejuízo financeiro. Uma classe com 30 alunos teria que ficar com 12 alunos a menos, seria um prejuízo de no mínimo 12.000 reais todo mês. Teria que contratar mais um profissional para a turma. Teria que produzir um material adequado para a realidade da criança especial. Não ficar esmagando a criança especial com este material dos “perfeitos” para no final, saciarem a sua maldade educacional na incapacidade de um capaz lutador como são as crianças especiais, e como é o Arthur.

Diante disto tudo descrito acima, o grave é que este é o olhar do sistema presbiteriano Mackenzie sobre o ser humano. Todavia, o sistema presbiteriano Mackenzie é conduzido por homens e mulheres. Será que é este o olhar de Cristo? Claro, que não. O olhar de Cristo é o olhar do amor. E quando se olha com amor ai sim, se enxerga perfeitamente. Porque o problema não é a imperfeição do meu filho, porque Deus o ama, Deus não tem problema com as deficiências dele, nem nós pais, porque o amamos. O problema é o olhar do Mackenzie, que é deficiente, é vocês que constituem o sistema presbiteriano de ensino chamado Mackenzie que estão cegos como diz o Senhor Jesus em Apocalipse 3.17. Vocês que só enxergam excelência, que só enxergam números.

A minha esperança é que apesar de termos ouvido da direção “não existe lei que obriga as escolas a receberem crianças especiais”, cremos que aqueles que foram instrumentos de Deus para alavancar tão grande obra o fizeram não motivados por lei, mais pela graça de Deus, que nos ensina a amar o nosso próximo como a nós mesmos.

Se você puder faça este desabafo chegar ao maior número de pessoas com dois propósitos: 1. O propósito que possamos refletir, se temos de fato enxergado o nosso próximo com o olhar do Senhor Jesus; 2. Provocar em todos que estão envolvidos com os sistemas educacionais um novo olhar sobre as crianças especiais.

Estarei enviando uma carta ao Presidente do Supremo Concilio da IPB Rev. Roberto Brasileiro, que certamente como servo de Deus que é, e que tem sido exemplo para todos nós, poderá propor mudanças no olhar ao próximo da instituição presbiteriana de ensino Mackenzie.

Estarei enviando uma carta com o meu protesto a direção do Mackenzie em São Paulo.

No mais orem por nós (Joseni, Jeanne, Arthur e Agatha)
Sou pastor na IPB Cruzeiro – DF.
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